quinta-feira, 28 de março de 2013

Justiça nega pedido de liberdade para Lalau!


Sou ovelha e não quero um lobo cuidando de mim... Feliciano não me representa!


Fazer humor, um grande desafio.


Parafraseando o cartunista e ativista Carlos Latuff, é muito fácil fazer humor humilhando mulher, negro, homossexual... quero ver fazer humor ridicularizando poderosos.

Nos últimos anos militando ao lado de homens e mulheres de luta dentro do SINDSERM e nesta aproximação ao PSTU sempre dizia, cá com meus botões, "estes caras" (e estas minas) não vão enquadrar meu humor, não vou aceitar patrulha ideológica.

Entretanto, percebo que não "os caras" (nem as minas)mas a luta, a militância e a teoria é que aos poucos vão me "enquadrando". De repente olhos para trabalhos antigos e reflito: "putz, como pude fazer isto" e de repente me vejo eliminando este ou aquele cartum. Logo começo a perceber que este ou aquele trabalho é carregado de preconceito machista ou homofóbico, por exemplo.

Não são "os caras" (nem "as minas") que estão me enquadrando é a consciência que vou tomando, é o bom senso que por vezes me assola.  São os sutis, outros nem tanto, alertas destas mulheres lutadoras com as quais milito no sindicato e no PSTU que vão me afetando no fundo da alma.  É o jeito sutil da Letícia Campos de nos apontar o machismo nas falas e nos atos.

Outro dia num papo extremamente machista entre os "machos" dos SINDSERM fui fortemente repreendido por Albetisa Moreira, que nos calou com sua indignação.  Agradeço a ela, mais um aprendizado.

É óbvio que estes preconceitos não nos abandonam da noite pro dia e a todo momento os reproduzimos. Mas o importante são a consciência de que eles existem e o bom senso para arrancá-los de dentro de nós.  Só a teoria e a reflexão da prática pode influenciar nesta mudança consciente.

É neste sentido que cada dia mais aumenta minha preocupação a cerca destas questões no momento de fazer humor.  É claro que ainda não estou livre destes preconceitos e por isto busco refletir sobre meus trabalhos.  Mas sinto que algo vem mudando, acho que pra melhor.

Afinal, machismo não é coisa de homem de luta!